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Sensor que mede pressão no cérebro pode ajudar a reverter quadros de demência; hospital SUS utiliza equipamento no RS

Equipamento foi cedido, sem custos, ao Asilo Padre Cacique e também é usado no monitoramento de pacientes da UTI do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre ...

Sensor que mede pressão no cérebro pode ajudar a reverter quadros de demência; hospital SUS utiliza equipamento no RS
Sensor que mede pressão no cérebro pode ajudar a reverter quadros de demência; hospital SUS utiliza equipamento no RS (Foto: Reprodução)

Equipamento foi cedido, sem custos, ao Asilo Padre Cacique e também é usado no monitoramento de pacientes da UTI do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre Saúde em Dia: diagnóstico de demências reversíveis Um sensor acoplado numa espécie de tiara de borracha vem ajudando neurologistas a diagnosticar casos de demência que podem ser revertidos. A técnica é utilizada em um hospital da rede pública, com atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), e em um asilo de Porto Alegre (veja detalhes abaixo). 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Preso à cabeça, o equipamento monitora a pressão intracraniana, e envia em tempo real essas medidas, por bluetooth, a um tablet ou smartphone. A partir dessa imagem na tela, é possível descobrir demências reversíveis. "Esse sensor nos mostra uma curva que reflete a microexpansão do crânio a cada batimento cardíaco. Mesmo que não possamos perceber esse movimento com a mão, o sensor capta essas mínimas variações e nos dá informações valiosas sobre o estado do cérebro", explica Carla Rynkowski, médica intensivista e neurossonologista. Demência reversível é o nome popular da hidrocefalia de pressão normal, o excesso de líquido no cérebro. O quadro aparece em sintomas como confusão de raciocínio e perda de memória, desequilíbrio ao caminhar e incontinência urinária. Se detectado logo, a condição pode ser corrigida com mais facilidade, com medicações ou pela drenagem do líquido em cirurgia. "A gente tem uma estimativa que seria a demência reversível, que ela ocorre mais ou menos em 20% das demências", fala a intensivista. A tecnologia é minimamente invasiva – substitui a forma mais tradicional, que exige a introdução de um cateter via cirurgia. Em Porto Alegre, idosas fazem exames com sensor que mede pressão no cérebro Reprodução/RBS TV No SUS O aparelho auxilia no acompanhamento de pessoas com trauma craniano – na UTI do Hospital Cristo Redentor, monitora em torno de 70% dos pacientes. A instituição, que atende a população gratuitamente pelo SUS, é a primeira da rede pública a incorporar o equipamento. "Por exemplo, um paciente vítima de trauma craniano grave. Nos próximos dias após o trauma, ele pode desenvolver inchaço cerebral. E equipamentos como esse, ajudam a tomar uma conduta, seja ela cirúrgica ou clínica, para minimizar esse inchaço e minimizar o dano ao paciente", afirma Eduardo Eggers Turra, médico responsável pela UTI do hospital. Via Ministério da Saúde, outras instituições devem ter o aparelho em breve, segundo a desenvolvedora. "Desde o começo, o projeto foi feito em uma solução muito simples, muito barata, a gente nem vende o sensor, a gente vende o uso do software, para que as pessoas que realmente precisam tenham acesso o mais rápido possível", comenta Carlos Bremer, cofundador da startup Brain4care, criadora da plataforma. Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre Reprodução/RBS TV No Asilo Padre Cacique O Asilo Padre Cacique, na Zona Sul de Porto Alegre, recebeu o aparelho para uma bateria de exames nos seus internos. Uma das moradoras do lar, a aposentada Jane Beatriz Barros Peixoto de Silveira, realizou o teste. "É bem tranquilo. Eu fiquei visualizando assim uma paisagem tranquila, muita água, flor, e coisas assim para não me preocupar", conta. Segundo a médica da instituição, Júlia Santana Trombeta, 30% dos idosos apresentaram alterações nos parâmetros de pressão craniana, e terão uma investigação mais minuciosa a partir deste alerta. "De 5% a 10% das demências são potencialmente reversíveis. Se a gente faz esse diagnóstico, podemos dar os encaminhamentos para o paciente. É um mito dizer que o envelhecimento carrega necessariamente alterações cognitivas. Qualquer alteração cognitiva é patológica, não é esperada e precisa ser, sim, investigada", afirma. Por meio de inteligência artificial, os médicos podem identificar anomalias que indiquem alterações. "A cada 20 segundos, a gente manda essa monitorização para um sistema na nuvem, que tem os algoritmos de inteligência artificial. Ele olha e te dá parâmetros se a onda está subindo, descendo ou está normal", explica Carlos Bremer. Sensor utilizado em pacientes com quadro de demência em Porto Alegre Reprodução/RBS TV VÍDEOS: Tudo sobre o RS