'Ele coagia as vítimas com informações das terapias', diz delegada sobre 'guru espiritual' de seita de sexo livre suspeito de golpe
Sede fica em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Polícia investiga se grupo é responsável por tortura psicológica, curandeirismo e estelionat...
Sede fica em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Polícia investiga se grupo é responsável por tortura psicológica, curandeirismo e estelionato contra seguidores. 'Guru espiritual' de seita de sexo livre é investigado no RS Integrantes de uma seita de sexo livre em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, incluindo um homem que comportava-se como "guru espiritual", são investigados de coagirem participantes do grupo depois de descobrirem "coisas muito íntimas dessas pessoas". 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A Polícia Civil cumpriu, na quarta-feira (11), mandados de busca e apreensão na sede da seita por suspeita de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e outros crimes financeiros. Segundo a investigação, o nome da comunidade é Osho Rachana e fica localizada em uma área retirada do município. "Ele (o 'guru') torturava, ele coagia as vítimas com base nas informações que ele obtinha nas terapias que eram feitas nesses processos de imersão. Se alguém quisesse sair, se alguém percebesse ou dissesse que não tinha dinheiro, ele dizia: 'é por isso que a tua vida não dá certo', 'por isso que a tua relação com o familiar é ruim', 'por isso que tu não vai progredir'", detalha a delegada Jeiselaure de Souza. A Polícia Civil não divulgou o nome do suspeito, mas a RBS TV apurou ser Adir Aliatti. O advogado Rodrigo Oliveira de Camargo "refuta a hipótese levantada pelos denunciantes e, desde as primeiras reportagens, já se colocou à disposição das autoridades". Segundo a defesa, "Aliatti confia na justiça e não se furtará de prestar todos os esclarecimentos devidos nos foros e momentos adequados. Até onde teve conhecimento dos fatos investigados, a materialidade na narrativa não se sustenta por falta de elementos". As investigações começaram quando ex-integrantes da seita acionaram o Ministério Público relatando supostos atos violentos cometidos pelo guru do grupo. A fim de realizar "imersões e terapias bioenergéticas alternativas", as práticas incluíam meditações e sexo livre. As pessoas ouvidas pela polícia relataram ter sofrido tortura psicológica e patrimonial, além de crimes financeiros. A investigação ainda aponta para indícios de agressões físicas durante as sessões de meditação do grupo. "Ele execrava, ele humilhava essas pessoas na frente de todo mundo, chegando, inclusive, a agressões físicas com essas pessoas", comenta a delegada. LEIA TAMBÉM Quem é o 'Alquimista', químico preso na operação Leite Compensado por suspeita de adulterar produto no RS Polícia responsabiliza cirurgião plástico e outros 12 médicos por causar lesões em pacientes no RS STJ mantém decisão que autorizou soltura de Nego Di A operação foi autorizada pela 3ª Vara Criminal de Viamão, com aval do Ministério Público. Os agentes apreenderam documentos, celulares, computadores, máquinas de cartão e fotografias. Ninguém foi preso. Sede de seita de sexo livre alvo de operação em Viamão Polícia Civil/Divulgação Desvio de doações Conforme as investigações, o 'guru', um homem de 69 anos, usava o dinheiro de seguidores para pagar viagens de luxo e apostas online. Segundo a polícia, os seguidores pagavam pacotes de imersão que custavam até R$ 12 mil, além de mensalidades para viver no local. O homem exigiria que os integrantes fizessem empréstimos bancários e entregassem o dinheiro para a comunidade. A Polícia Civil estima que o homem tenha obtido e desviado mais de R$ 20 milhões, e alcançado um prejuízo de R$ 4 milhões nas operações que realizava, "perdido com dívidas, com apostas online, com viagens". "Ele instigou que as pessoas fizessem altíssimos valores de empréstimo, porque precisava reverter isso tudo para a comunidade. Só que, na verdade, para a comunidade nada foi utilizado, ele utilizou em proveito próprio", diz Jeiselaure . Após o pagamento dos pacotes de imersão e das mensalidades, os integrantes participavam da venda de pães e de agendas nas ruas de Porto Alegre. Essas atividades seriam coordenadas pelo guru, com o pretexto de reverter os recursos em prol da comunidade, explica a delegada. VÍDEOS: Tudo sobre o RS